“A logística tem uma participação muito alta no valor dos produtos, porque normalmente esses produtos vêm pelo sistema rodoviário, que é mais caro”, diz Pedro Jorge Viana, economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). “O sistema de logística do Brasil é um fator muito importante para a computação do custo Brasil”, acrescenta.
Para Viana, como as rodovias brasileiras são de péssima qualidade e os riscos envolvidos são altos, o custo do transporte rodoviário que já seria alto , pesa ainda mais no bolso do consumidor brasileiro. “A nossa logística é muito ruim e, com certeza, aumenta o custo para o consumidor final”. O economista acredita que a ferrovia Transnordestina, que ligará os portos do Pecém e de Suape (PE), poderá contribuir para diminuição dos custos com transporte, embora grande parte dos produtos nacionais e estrangeiros que chegam ao Ceará saia de São Paulo.
Interior
Se para o consumidor da Capital os custos com logística já são altos, chegando até 20%, para os moradores do Interior do Estado o valor fica ainda maior. Como a maior parte dos produtos só vão a outras cidades cearenses depois de passar por Fortaleza, o chamado redespacho representa, em média, 7% do preço final.
As exceções são cidades que estão na rota dos caminhões que se dirigem à Capital, como Juazeiro do Norte, de acordo com Clóvis Nogueira Bezerra, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado do Ceará (Setcarce). Para eles, não há necessidade de redespacho.
Segundo informações do Setcarce, os principais produtos que chegam ao Ceará pelo sistema rodoviário são: eletrodomésticos, confecção, autopeças, alimentos, cosméticos e produtos de higiene. Sendo o maior embarcador de cargas o estado de São Paulo. (Bruno Cabral)
Fonte: O Povo online