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Pesquisa CNT 2018 | Foram avaliados 3.581 km no Estado. Deste total, 72,4% da malha viária apresentam problemas e são classificados em estado regular, ruim ou péssimo

O Ceará possui 951 km de rodovias ruins ou péssimas, o que corresponde a 26,5% dos 3.581 km de estradas. Isso significa que um em cada quatro quilômetros não é bem avaliado. Em estado regular estão 1.639 km (45,9%) e bom abrange 918 km (25,6%). Ótimo fica para apenas 73 km, ou 2% das vias.

Os dados fazem parte da 22ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias 2018, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), e apontam que as estradas federais estão em melhores condições que as estaduais, no Ceará. São 63 km de BRs consideradas ótimas, enquanto apenas 10 km das CEs estão neste estado.

Por outro lado, no Ceará, rodovias consideradas ótimas ou boas aumentaram 0,7 ponto percentual ante o ano passado. Mas, 89% dos quilômetros avaliados apresentam problemas.

O Levantamento revela que a situação das estradas brasileiras ainda é crítica, apesar de melhora com relação ao ano passado. De acordo com a pesquisa, 57% dos trechos no País estão regulares, ruins ou péssimos. Houve pequena redução em comparação ao dado de 2017, que foi de 61,8%.

Além disso, mais de 60% dos transportes de cargas e 90% dos deslocamentos de passageiros são realizados por meio terrestre. Nesta edição, 107.161 km de estradas e rodovias foram avaliados no Brasil.

Principais escoadoras da produção cearense para outras partes do País, as estradas federais são criticadas pelo presidente da Câmara Temática de Logística e do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Heitor Studart, que analisa que o baixo investimento por parte do Governo Federal não mantém a estrutura atual e não possibilita melhorias.

Ainda segundo Heitor, obras de responsabilidade do Departamento Nacional de Rodovias (Dnit) estão paradas e o baixo investimento na manutenção de outros trechos prejudicam a economia.

O economista Alcântara Macêdo acredita que a crise financeira impossibilita que o poder público consiga manter as estradas em boas condições. Para ele, a solução seria realização de parcerias com o setor privado. Ele diz que estradas ruins chegam até a aumentar os preços dos produtos por causa do aumento do custo do escoamento da produção e transporte.

 

Por meio de nota, o Departamento Estadual de Rodovias (DER) informou que o Governo vem realizando obras de ampliação de malha rodoviária pavimentada e duplicada, com investimento na casa dos R$ 1,28 bilhão durante os últimos quatro anos, e que, somente para 2018, estão previstas obras em mais de 900 km.

O POVO tentou contato com o Dnit, mas não obteve retorno.

Método

A CNT avalia pavimento, sinalização e geometria da via. Essas características são analisadas segundo os níveis de conservação e segurança.

43% 

da pavimentação das estradas cearenses é boa ou ótima

 

41%

da sinalização dos trechos do Estado é considerada boa ou ótima

 

80%

da geometria das vias do Ceará é considerada problemática

SAMUEL PIMENTEL

Fonte: Jornal O Povo