Produção de caminhões registra mais de 40% de alta no Brasil em 2024; veja os números
Somente as exportações ainda continuam abaixo do esperado; indústria vai apresentar pacote de pedidos ao governo Lula para 2025

A indústria comemora o aumento da produção de caminhão e vendas de ônibus no Brasil. Nesse sentido, de janeiro até novembro, a produção de caminhão aumentou 41,5% em relação a igual período em 2023. Em outras palavras, no acumulado, as montadoras fizeram 130,6 mil veículos de carga, ante os 92,3 mil fabricados em igual período em 2024.

Todavia, o desempenho mensal de produção em novembro é de retração na ordem de 11% frente ao mês de outubro. Enquanto, no mês passado, os fabricantes produziram 13,2 mil caminhões, em outubro fabricaram 14,8 mil. Porém, isso tem relação com a quantidade de feriados ocorridos em novembro.

Mas, quando se compara novembro deste ano com igual mês em 2023, o crescimento é de 31,3% em 2024. Afinal, no mesmo mês do ano passado foram fabricados 10 mil caminhões.

Exportação para elevar a produção de caminhão

De acordo com o vice-presidente da Anfavea, Eduardo Freitas, o Brasil retomou a normalidade na fabricação de caminhões. Todavia, esse crescimento vem de uma base atípica ocorrida no ano passado. Ou seja, a introdução do P8 em 2023 gerou antecipação de compra em 2022, ocorrendo no ano seguinte a queda de produção de caminhão.

“Quando compara a produção deste ano, em que projetamos encerrar com 141,9 mil unidades, com 2021 e 2022, que chegaram perto de 160 mil unidades, vemos que temos potencial de crescimento. Um ponto a destacar é que em exportação perdemos muito volume, especialmente na América Latina. E isso tem a ver com falta de competitividade de produto”, diz.

Para o executivo, é essencial discutir a retomada das exportações. Porque é dessa forma que a indústria de caminhões retornará ao seu protagonismo. Nesse sentido, a Anfavea vai solicitar ajuda ao Governo Federal. E prepara um pacote de pedidos para incentivar as exportações.

Foram exportados para outros países, entre janeiro e novembro, 15,8 mil veículos, ante os 15,9 mil no mesmo período do ano passado. Ou seja, uma tímida retração de 0,1%. Para efeito de comparação, em 2021, o Brasil chegou a exportar 22 mil unidades só de caminhões. Ou seja, neste ano, esse montante deve ser a soma de caminhões e ônibus que o Brasil deve mandar para outros países.

Ônibus tem o melhor resultado de vendas no País desde 2014

Os fabricantes produziram, de janeiro a novembro, 26.055 unidades de ônibus. Um importante avanço de 34,7% em comparação com os 11 meses de 2023, quando o setor registrou a produção de 19.340 ônibus.

Comparando novembro de 2024 com o mesmo mês em 2023, o aumento é de 29,5%. No mês passado, foram fabricados 2.444 chassis. Em novembro do ano passado, o setor produziu 1.887 ônibus.

Todavia, na comparação de novembro com outubro, em que as marcas fabricaram 2.414 ônibus, o crescimento é mais tímido. Ou seja, na ordem de 1,2%.

Nas vendas, de janeiro a novembro de 2024, foram emplacados 20.203 ônibus, sendo que apenas 2,2 mil deste montante foram direcionados ao Programa Caminho da Escola. O que se espera é que essa produção excedente seja entregue, sobretudo ao programa do governo federal, no início de 2025.

Seja como for, os resultados deste ano são os melhores da indústria de ônibus desde 2014. Em outras palavras, isso tem a ver com a necessidade de renovação de frota. Nesse sentido, a Anfavea espera encerrar 2024 com 22,2 mil ônibus emplacados.

Projeções

A Anfavea já revelou suas projeções para o setor de caminhões e ônibus em 2025. Para a venda de caminhões, a entidade projeta crescimento de 2,1%. Considerando que, em 2024, deve encerrar com 146 mil caminhões e ônibus vendidos, se a previsão se confirmar, em 2025 o Brasil vai emplacar 149 mil veículos comerciais.

Em relação à produção, a Anfavea acredita que a indústria de pesados vai fabricar o mesmo volume em 2024 e repetir o feito em 2025. Ou seja, 169 mil veículos fabricados entre caminhões e ônibus.

Conforme o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a taxa de juros deve ser maior no próximo ano. Por isso, as projeções são mais conservadoras. “Hoje, trabalhamos com taxas na ordem de 12,25%. Porém, no primeiro semestre do próximo ano, pode chegar a 14,25%, o que vai impactar, inclusive na confiança do consumidor”.

Todavia, nas exportações, enquanto neste ano deve encerrar com 22 mil caminihões e ônibus exportados para outros países. Em 2025, a indústria deve exportar 23 mil unidades. Assim, um acréscimo de 4,3%.

Fonte: 
Estradão