Três dos trechos mais perigosos das BRs estão na RMF

Ceará ocupa a 2ª posição em número de trechos mais críticos das rodovias federais. Início da BR-116 é o que tem o maior número de mortos do Brasil.

Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) tem três dos 20 trechos de rodovias federais (BRs) classificados como os mais críticos do País em 2014. Deles, os dez quilômetros iniciais da BR-116, em Fortaleza, concentraram o maior número de mortes: 15. Empatado com Santa Catarina, o Ceará está atrás apenas de Espírito Santo em número de segmentos de rodovias mais perigosos.

Os dados foram disponibilizados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O relatório calcula, ainda, que o custo dos acidentes nas BRs foi de R$ 12,3 bilhões em todo o Brasil no ano passado.

 

No Ceará aconteceram 3.788 acidentes em BRs em 2014 – 2,2% do total do País no mesmo período. Foram 291 mortes no Estado, o que representa 3,5% do total brasileiro. O estudo faz a estimativa de que o custo dos acidentes em estradas estaduais e municipais, em 2014, pode ter alcançado R$ 30,5 bilhões. Na somatória, ultrapassa R$ 40 bilhões o custo anual com acidentes de trânsito em todas as rodovias brasileiras.

 

Os três trechos mais críticos do Ceará, cada um com extensão de dez quilômetros, tiveram 1.152 acidentes registrados em 2014 e 26 mortes. Entre os quilômetros zero e dez da BR-222, em Caucaia, foram 333 acidentes (102 graves) e 11 mortos. Outro trecho da mesma BR, em Fortaleza, registrou 220 acidentes (46 graves), mas nenhuma morte. No trecho entre os quilômetros zero e dez da BR-116 foram 599 acidentes (48 graves) e 15 mortes. De acordo com Alexsandro Batista, chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF, o alto índice de acidentes nesses trechos se dá pela coincidência com o perímetro urbano.

 

“Esses números representam a necessidade de se mudar a cultura do trânsito”, ressalta o policial. Segundo ele, as causas das mortes que o estudo aponta (falta de atenção, velocidade incompatível, ultrapassagem indevida, ingestão de álcool e desobediência à sinalização) reforçam a necessidade de serem combatidas as condutas ilegais e imprudentes. “Só vamos conseguir mudar quando os condutores perceberem que eles fazem a maior diferença. A fiscalização influencia, mas a conscientização dos motoristas é mais importante”, lembra Batista. (Igor Cavalcante e Mariana Freire)

Fonte: O Povo