CUSTOS MAIS ELEVADOS
A Confederação Nacional do Transporte emitiu uma nota nesta quinta-feira (13), demonstrando sua preocupação frente à evolução compulsória da mistura de biodiesel ao óleo diesel comercializados nos postos brasileiros, cujo percentual hoje chega a 13% e tem provocado manutenções mais constantes nos motores dos caminhões.
De acordo com o presidente e o 1º-vice-presidente do Setcarce, Clóvis Bezerra e Marcelo Maranhão, respectivamente, quando foram feitos os estudos técnicos para acrescer o biodiesel ao diesel 500, a Anfavea realizou diversos testes e chegou à conclusão que era admissível até 10%, mas por segurança ficou estabelecido que o máximo de mistura deveria ficar em 8%. Assim como a CNT, ambos acham que este percentual de mistura do biodiesel deve ser revisto.
“Mas com a pressão, na época, por um combustível mais limpo e as usinas de biodiesel, que estavam passando por uma série de dificuldades, essa mistura foi ampliada para 10%, que estava dentro do nosso limite técnico. Mas agora já chegou aos 13%, que está fora dessa tecnicidade”, disse Maranhão.
Além disso, com a nova geração de motores, categoria Euro IV, que passou a usar o combustível S-10 e o Arla, foi perdida a capacidade de processar esse nível de biodiesel no contexto geral do funcionamento do motor desses novos caminhões adquiridos pelas transportadoras.
“Mas ainda existem dois fatores preponderantes: o dano que o biodiesel causa devido às impurezas e alto teor de água. Nosso desejo é que esse percentual voltasse para os 10%. Além do mais, um dos elementos que contribuem para a alta do preço do diesel vendido nos postos, é o próprio biodiesel, que é mais caro”, salientou Clóvis Bezerra.
Portanto, ambos acreditam que se for reduzida a quantidade de biodiesel na composição do óleo diesel vendido nos postos, certamente o preço final ao consumidor teria uma redução semelhante à que foi verificada no período de 90 dias em que o Governo Federal zerou a cobrança do PIS/Cofins, em todo o território nacional.
“Precisamos resolver com urgência as questões técnicas que dizem respeito à situação da durabilidade e performance dos motores dos nossos caminhões, além do aumento de gastos com a manutenção. E também a econômica, pois o biodiesel provoca a elevação do custo final do óleo diesel nas bombas”, completou Marcelo Maranhão.