DEMANDAS EM LOGISTICA Governador ouve sobre gargalos

logRepresentantes do setor industrial cearense e o governador Cid Gomes conheceram as demandas do Estado.

O SETCARCE foi representado pelo Gerente Espedito Róseo Jr, 1º Secretário da CTLog Ceará.

O governador do Estado, Cid Gomes, demonstrou interesse em conhecer as alternativas para um melhor desenvolvimento da infraestrutura logística no Estado e reforçou a necessidade dos investimentos para a ampliação do potencial econômico local. As afirmações foram feitas ontem, durante o lançamento de um estudo apresentado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

A análise aponta as necessidades de investimentos e os 83 projetos prioritários para a modernização e a ampliação de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos na região Nordeste. A apresentação do Nordeste Competitivo contou ainda com a presença do presidente da Fiec, Eduardo Macêdo, além de vários representantes do setor industrial.

Na ocasião, Cid falou sobre atuais e futuros investimentos do governo para a resolução da problemática. “Nós acabamos de fazer um investimento no Porto do Pecém e já estamos começando a fazer um outro. Estamos falando de R$ 450 milhões em uma primeira etapa e agora mais R$ 500 milhões em uma segunda etapa. Nós temos muitos projetos de duplicação de estradas e de implantação. Tudo isso para melhorar a logística não só para a área industrial, mas para as regiões do Estado que têm grande potencial de agricultura, como Apodi e Baixo Acaraú”.

O governador falou ainda sobre a construção de um novo terminal aeroportuário no Estado. “Estamos trabalhando para um novo aeroporto, que seria focado em cargas, mas alternativamente para passageiros, aqui nas proximidades de Fortaleza”.

Prioridades

Responsável por 13,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a região Nordeste precisa investir R$ 25,8 bilhões em infraestrutura para tocar os 83 projetos prioritários e garantir o escoamento da produção. Somente no Ceará, são 17 deles. “A maior necessidade é a ampliação do Porto do Pecém. Hoje, ele ainda não é um gargalo, mas tendo em vista a chegada da Transnordestina, ele vai ficar ´engargalado´ se não forem feitos investimentos significativos como aplicação de berços, para a gente crescer a movimentação”, complementa o diretor da Macrologística, empresa responsável pelo estudo, Olivier Girard.

Em todo o Nordeste, o Complexo Portuário de São Luís e o Porto de Recife utilizam mais do que suas capacidades permitem. Em 2020, no entanto, seis portos vão operar acima da capacidade e outros dois estarão com potenciais gargalos. Os casos mais críticos serão os do Complexo Portuário de São Luís e o Porto de Natal.

Atualmente a região gasta em torno de R$ 30,2 bilhões com transportes, incluindo gastos com frete interno, pedágios, transbordo e de terminais, tarifas portuárias e frete marítimo. Os investimentos teriam retorno em pouco mais de quatro anos com a economia de gastos logísticos, segundo o estudo.

Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi), Carlos Matos, os setores mais afetados com a logística atual são aqueles que vendem por preços mais baixos. “Quanto mais baixo é o valor do produto, maior é a importância da logística. Nós temos a mineração, que tem uma importância muito grande porque está infiltrada em todo o Estado do Ceará”, diz. O estudo aponta ainda que, a longo prazo, a infraestrutura do Nordeste demanda investimentos maiores. Para solucionar toda a problemática de logística na região, seriam necessários R$ 71 bilhões para um total de 196 projetos.

ANA BEATRIZ SUGETTE
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste – com edição do SETCARCE