Caminhoneiros bloqueiam trecho da BR-116 no Ceará

Movimento atinge 10 estados brasileiros
Manifestação abrange os dois sentidos da rodovia

Caminhoneiros realizam protesto na tarde desta terça-feira (24) no km 15 da BR-116, em Fortaleza. Cerca de 60 caminhões fecham os dois sentidos da rodovia deixando apenas uma faixa de cada lado para o trânsito de veículos pequenos, de emergência e com carga viva, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O trecho é um dos principais acessos à capital cearense e com intensa movimentação de cargas, já que a rodovia liga o Ceará ao Rio Grande do Sul. A PRF pede que motoristas de veículos de pequeno porte evitem a área e traferam pela rodovia estadual CE 060.

Ao todo, dez estados do país estão com estradas bloqueadas por causa do protesto nacional dos caminhoneiros. Os profissionais reivindicam o reajuste do preço do frete e aumento do diesel.

A polícia rodoviária pede pede calma, prudência aos motoristas e que evitem conflitos com os manifestantes. Policiais rodoviários já estão no local para controlar o trânsito na área e conversar com os motoristas.

Sindicatos
Segundo o Sindicato dos Caminhoneiros Autonômos no Ceará,  a manifestação é espontânea e não foi organizada pela entidade. “Sabemos que a reinvidicação é justa, mas não é o momento para o protesto”, afirmou Clóvis Fava Filho, presidente do sindicato. De acordo com Fava, a orientação da entidade é aguardar o resultado das reuniões do Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), com o Governo Federal, em Brasília.

O presidente do sindicato dos caminhoneiros com vínculo empregatício no Ceará, José Tavares Filho, afirma que a entidade é solidária às reivindicações do movimento, mas não participa dos protesto prmovido pelos autônomos. “Reconhecemos o direito, que é legítimo, os insumos são caros, o frete é baixo e é necessário ter um reajuste do frete deles”, diz.

Tavares alerta para o risco de desabastecimento de hortifrutigrangeiros, vindos dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, e de milho e soja, com origem no Centro-Sul, regiões onde o movimento está forte.

Protesto nacional 
Os atos, que são motivados, principalmente, pelo alto preço dos combustíveis e pelos valores pagos por frete – considerados baixos pela categoria –, começaram no Paraná no dia 13 e foram ampliados ao longo da semana para outras regiões do país.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, uma das entidades que representam os caminhoneiros no país, divulgou nota na qual afirmou estar “ciente das manifestações e bloqueios em rodovias federais e estaduais pelo país”. A entidade também destacou no comunicado que “solicitou uma reunião com os ministérios para tratar das reivindicações, especialmente para tratar do aumento do combustível”.

Ações na Justiça
Nesta segunda-feira (23), a Advocacia-Geral da União (AGU)protocolou ações na Justiça Federal dos estados onde houve o bloqueio de rodovias. Nos documentos, os advogados públicos afirmam que os bloqueios aumentam os riscos de acidentes e ameaçam a segurança de todos que precisam utilizar as rodovias. As ações citam ainda a possibilidade de haver de prejuízos econômicos, já que as cargas, algumas perecíveis ou perigosas, estão impedidas de chegar ao destino.

A AGU pediu que a Justiça conceda liminar (decisão provisória) para que as estradas sejam desbloqueadas e para que seja imposta uma multa de R$ 100 mil por cada hora em que a decisão for descumprida.

Fonte: Globo – G1