Estrutura metálica já é vista dos dois lados da BR-116, no quilômetro 7. Dnit deve instalar equipamentos metálicos em outros cinco trechos da rodovia, além de mais duas passarelas na BR-222.
A aventura de atravessar uma rodovia em meio ao fluxo intenso de veículos vai deixar de ser a única opção para ciclistas e pedestres no quilômetro 7 da BR-116. No trecho, está sendo construída, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a primeira passarela provisória. O órgão deve instalar outras cinco passarelas metálicas na rodovia, nos quilômetros 3, 9, 12, 20 e 25. Outras duas serão montadas nos kms 1 e 1,6 da BR-222. Valor total é de R$ 7,3 milhões.
No último dia 30, a Polícia Rodoviária Federal interditou o km 20 da BR-116, próximo à localidade do Jabuti, para a construção da passarela. O prazo de conclusão para todas as instalações, segundo o Dnit, é fevereiro de 2014. Segundo o órgão, as primeiras montagens acontecem nos trechos onde não há necessidade de adequar interferências das redes de telefonia e energia.
A empresa Ferpa Engenharia e Construções foi licitada após decisão judicial baseada em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF). Em junho, a Justiça Federal estipulou o prazo de 90 dias para a instalação das passarelas, com aplicação de R$ 500 de multa por dia de atraso. Em julho deste ano, houve reivindicações dos moradores na curva do km 9, conhecida como a “curva da morte”. Em pleno asfalto, a população realizou a missa de sétimo dia do entregador Paulo Sérgio Moreira, uma das vítimas de atropelamento da rodovia.
Enquanto as primeiras passarelas não ficam prontas, o risco na travessia continua a fazer parte do cotidiano de pedestres e ciclistas. O técnico de enfermagem Francisco José, 31, mora há oito anos próximo ao km 7 e se arrisca todos os dias a pé para pegar ônibus do outro lado da rodovia. “Sempre é o nervosismo para passar”, admite. Segundo Francisco, um vizinho morreu atropelado no trecho há dois meses. De acordo com a PRF, 42% das mortes por atropelamento na BR 116, de janeiro a outubro deste ano, aconteceram no perímetro urbano da rodovia.
Também morador da região onde a primeira passarela é erguida, Otacílio Pereira enfatiza que o problema dos pedestres é resolvido temporariamente. No cronograma estabelecido no edital de licitação pelo Dnit, cada equipamento deve ficar instalado durante um ano. “Tem que fazer é a definitiva, e com aquele formato daquelas lá da (avenida) Washington Soares”, comenta o morador. De acordo com a assessoria do Dnit, existe um edital de licitação em andamento para a construção de 13 passarelas definitivas nas BRs 116 e 222. A definição dos locais acontece após estudo técnico a ser realizado. (Thais Brito)
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Após a instalação da passarela provisória no km 20, será desativado o redutor de velocidade que limita o trânsito a 40 km/h. As informações são da Polícia Rodoviária Federal. A reivindicação por uma passarela no trecho que corta a comunidade Jabuti, entre Itaitinga e Eusébio, tem pelo menos 15 anos. No canteiro central da rodovia, há pilares de concreto do que seria uma passarela definitiva. A obra, porém, permanece abandonada.
Fonte: O Povo