No ano passado, 57,4% da extensão rodoviária foi classificada como regular, ruim ou péssima, contra 62,7% este ano.
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Foto: Arquivo/CNTUm dos trechos considerados críticos da BR-158, no Pará
Quase dois terços das rodovias pavimentadas do Brasil estão em situação regular, ruim ou péssima. É o que aponta a 16ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada nesta quarta-feira (24) pela Confederação Nacional do Transporte.
De acordo com o levantamento, dos 95.707 quilômetros avaliados, 33,4% foram considerados em situação regular, 20,3%, ruim e 9%, péssima. Outros 27,4% estão em bom estado e 9,9% em ótimo. Se comparados com os dados da pesquisa de 2011, houve piora na qualidade das estradas nacionais. No ano passado, 57,4% foram classificadas como regulares, ruins ou péssimas, contra 62,7% este ano.
Para fazer a análise, 17 equipes de pesquisadores da CNT percorreram todas as rodovias federais e as rodovias estaduais mais relevantes do Brasil, ampliando em 2.960 km a extensão avaliada na comparação com o que foi feito em 2011. Os aspectos que embasam a pesquisa são a qualidade de pavimentação, a sinalização e a geometria da via.
Para o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, “os resultados apresentados neste relatório subsidiam a elaboração de políticas públicas de manutenção de rodovias pelos governos federal, estaduais e municipais, assim como a criação de marcos legais que traduzam as necessidades de uma infraestrutura rodoviária condizente com os desejos de progresso do Brasil”.
Se em 2011 a sinalização era considerada ótima ou boa em 43,1% das rodovias, esse número foi reduzido para 33,8% este ano. A geometria da via também registrou queda, embora de menor percentual. Em ótimo ou bom estado eram 23,2% do total, agora são 22,6%. O único quesito com melhorias foi o de pavimento. As rodovias avaliadas como ótimas ou boas neste ponto passaram de 52,1% do total para 54,1% nesta edição.
Ainda sobre a sinalização, o levantamento mostra que ela é satisfatória (ótima ou boa) em 33,7% da extensão avaliada, sendo que 60,6% dela conta com acostamento e 88,1% tem predominância de pista simples de mão dupla.
De 2011 para 2012, houve aumento de 28,1% na quantidade de rodovias com faixa central desgastada ou inexistente; de 27,7% de faixas laterais desgastadas ou inexistentes e acréscimo de 36% de erosões na pista. Além disso, em 20.279 km há placas totalmente cobertas pelo mato, o que representa 21,2% da extensão rodoviária pavimentada.
Tipos de rodovias O estudo avaliou 65.273 km de rodovias federais e 30.434 km de rodovias estaduais sendo que, dessas, 80.315 km estão sob gestão pública e 15.392 km sob gestão de concessionárias.
Enquanto apenas 27,8% das rodovias sob gestão pública estão em ótimo ou bom estado, o percentual positivo das rodovias concedidas é de 86,7%.
Regiões e estados
No Sudeste, foram avaliados 27.187 km de rodovias; no Nordeste, 26.739 km; No Sul, 16.842 km; Centro-Oeste, 14.546 km e, no Norte, 10.393 km.
O levantamento também mostra os resultados por estado e também no Distrito Federal. A unidade com o maior percentual de rodovias em ótima situação é São Paulo, com 49,9% do total, seguida por Rio de Janeiro (20,6%) e Paraná (18%).
Os estados com maior percentual de estradas em péssimas condições são o Acre (38% do total), Roraima (25,3%) e Amazonas (22,5%).
Ligações Rodoviárias
A Pesquisa CNT de Rodovias faz o ranking de 109 ligações rodoviários, que são trechos regionais que interligam territórios de uma ou mais unidades da federação. Essas extensões têm importância socioeconômica e volume significativo de tráfego de veículos de cargas e/ou de passageiros.
A ligação mais bem avaliada é o trecho entre São Paulo (SP) e Limeira (SP). Entre as dez melhores, nove interligam municípios de São Paulo e uma liga um município de São Paulo a um de Minas Gerais (Rio Claro a Itapetininga).
Entre as dez piores ligações, a maioria está no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com destaque negativo para o trecho que vai de Rio Verde a Iporá, municípios de Goiás e de Natividade (TO) a Barreiras (BA).
Histórico
Desde que começou a ser feita, em 1995, a Pesquisa CNT de Rodovias vem registrando aumento da extensão de rodovias pavimentadas avaliada. Naquele ano foram 15.710 km.
As 17 equipes de pesquisadores da CNT saíram simultaneamente de 12 capitais neste ano – Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande, Fortaleza, São Luís, Rio Branco e Belém – para a coleta de informações.
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