Fonte: Jornal O Povo – 13/09/2017
Funcionário de empresa denuncia pelo menos seis assaltos a essas companhias neste ano. Suspeita é de que crimes sejam encomendados e cargas tenham destino certo
Caminhões-tanque carregados de combustível viraram alvo de criminosos em Fortaleza. Funcionário de empresa do ramo relata que quadrilhas especializadas interceptam os veículos à luz do dia, rendem motoristas e transferem a carga. Só um empreendimento já foi alvo seis vezes neste ano. Polícia Civil sugere que companhias adotem medidas próprias de segurança contra ações.
Cada tanque leva cerca de 20 mil litros de material combustível, normalmente óleo ou gasolina. Os caminhões assaltados neste ano foram carregados no Mucuripe e seguiam para distribuição na Capital e Região Metropolitana (RMF). As interceptações aconteceram em Fortaleza. Motoristas foram alvo no Barroso, Serrinha, João XXIII, Cristo Redentor, Dias Macedo e Barra do Ceará.
Conforme Marcelo Silva, gerente de uma das empresas roubadas, a abordagem ocorre quando o veículo para nos semáforos. Na ação, um dos criminosos aborda o condutor e invade o caminhão pela porta do passageiro. “Nessa hora, chega o apoio, em motos ou carros. Eles levam o funcionário de refém e descarregam o combustível”, explicou. Em seguida, o caminhão e o refém são liberados em locais diferentes. Todo o roubo dura cerca de três horas.
A hipótese das vítimas é de que proprietários de postos de combustíveis estejam encomendando os roubos e comprando a carga mais barata. “Como é uma carga de difícil armazenamento, ou é no posto receptador ou alguém que tenha um tanque em algum local”, argumentou Silva. Segundo ele, a empresa que gerencia acumula prejuízo de R$ 300 mil com seis assaltos sofridos neste ano.
Ações planejadas
“É uma ação bem planejada, eles sabem os carros que estão carregados. E tem alguém para observar, outro para apoiar, tem ainda o que aborda e quem dirige o caminhão. Fazem já com cliente certo”, afirmou o gerente. De acordo com ele, todas as ocorrências foram registradas na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC).
Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Polícia Civil tem investigações em andamento para desarticular ações contra cargas de combustível. A pasta informou que o delegado responsável não pode comentar os casos para evitar comprometer os trabalhos policiais. Contudo, em nota, a Polícia reforçou que as transportadoras são patrimônios privados. “Devem adotar, também, medidas de segurança para inibir ações criminosas”, sugere a nota enviada ao O POVO.