Distribuição começou a ficar comprometida ainda em 2012, quando as termelétricas precisaram de diesel
Embora o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE) tenha se queixado, nos últimos dias, de falhas no abastecimento de combustíveis a postos da Capital e do Interior, o assessor econômico da entidade, Antônio José Costa, afirma que este problema “não é de hoje” e que o Estado vem sendo afetado com isso há aproximadamente um ano e meio, quando a Petrobras decidiu priorizar a distribuição do diesel para usinas termelétricas, à época bastante exigidas por conta do baixo nível dos reservatórios de água, estes responsáveis pela geração de energia nas usinas hidrelétricas.
Em edição publicada em 10 de janeiro de 2013, o Diário do Nordeste já mostrava, com exclusividade, o problema da distribuição de combustíveis no Ceará
Por causa dessa decisão da estatal brasileira, postos de vários estados, incluindo o Ceará, passaram a sofrer com a lentidão na entrega do diesel, combustível mais utilizado pelos caminhões. Em edição do dia 10 de janeiro de 2013, há um pouco mais de um ano, o Diário do Nordeste divulgou o impasse com exclusividade.
Na matéria, a falta de gasolina era mencionada, com o exemplo de alguns estabelecimentos do município de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, que ficaram cerca de 48 horas sem o combustível.
Mesma situação
“O problema ainda é o mesmo. Há falha na logística. Há falha na entrega. Tudo isso gera demora e causa faltas pontuais de combustível no Ceará”, disse Antônio José Gomes Costa, em entrevista concedida ontem. “Por enquanto, o consumidor ainda não percebe, mas, se medidas não forem tomadas em médio e longo prazo, ele começará a sentir isso diretamente”, alerta.
À Agência Estado, o assessor disse que alguns postos estariam recebendo menos da metade do combustível encomendado para que as distribuidoras consigam atender a todas as demandas. Postos da região do Cariri, no sul do Estado, já teriam alterado a logística de fornecimento, recebendo o produto do Rio Grande do Norte. A mesma estratégia já estaria sendo utilizada por distribuidoras na Capital.
“O grande problema é a tancagem (armazenamento)”, explica o sindicalista. Das cinco empresas distribuidoras que operam em Fortaleza, apenas duas possuem reservatórios próprios – a BR Distribuidora e a Shell. As outras dependem do terminal no Porto de Mucuripe, na Capital. “Temos apenas dois tanques em funcionamento em Mucuripe, construídos na década de 80, que estão defasados e com capacidade que não atende ao Estado”, diz. Os dois tanques têm uma capacidade de processamento de dois milhões de litros de combustíveis por dia. Segundo estimativa do sindicato, seria necessário ampliar em mais um milhão de litros para atender à demanda crescente da região.
Preço
De acordo com o último boletim semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP), divulgado ontem, o preço médio da gasolina em Fortaleza foi calculado em R$ 2,892, praticamente se mantendo estável em relação à semana anterior. O valor máximo encontrado foi de R$ 2,999, e o mínimo, R$ 2,75. Quanto ao etanol, a média está em R$ 2,339, com máxima de R$ 2,469 e mínima de R$ 2,169.
Fonte: Diário do Nordeste