Rodovias trazem perigos constantes para motoristas

noticia dn 18.08Em um trajeto pelas BRs que margeiam a Capital, a má qualidade do asfalto das vias é a principal reclamação

 TRANSPORTE
População sofre prejuízos com irregularidades

A situação das rodovias federais no Ceará terminam trazendo vários prejuízos para a população, empresas de transportes de passageiros e de cargas que, muitas vezes, só têm a opção das BRs. De acordo com o diretor do Sindicato dos Transportes de Cargas e Logística no Estado do Ceará (Setcarce), Rubens Freire, o transporte de cargas acaba gerando custos muito elevados por conta do péssimo estado das rodovias.

Isso porque os caminhões quebram com mais frequência e os pneus desgastam com mais facilidade. Fora isso, aumenta o consumo de combustível. “Temos de reduzir o número de viagens porque a demora é maior. O veículo que deveria cumprir um itinerário em 72 horas, só consegue chegar com 96 horas”, diz Freire.

Segundo ele, a consequência é que os custos dos fretes tornam-se mais onerosos. “Os custos representam de 15% a 20% do rendimento da produtividade. A suspensão tem que ser revista cotidianamente e as peças trocadas, o que requer um investimento muito alto”.

Além disso, os veículos são obrigados a andar devagar por causa dos buracos. Com isso, os transportes tornam-se vulneráveis a assaltos. “A segurança fica comprometida”, destaca.

Outro agravante é o risco de colisões entre os veículos que fazem verdadeiros malabarismos para não cair nos buracos.

O diretor do Setcarce acrescenta que os problemas das rodovias federais que passam pelo Ceará é antigo e não são decorrentes da quadra chuvosa. “Há vários anos esperamos por uma solução que não chega”. Rubens Freire aponta os trechos de Brejo Santo até Milagres e o de Fortaleza a Sobral como os mais complicados. Neste último, os buracos parecem verdadeiras lombadas. “A estrada está muito ruim. Os buracos tomam conta de toda a extensão. À medida que os motoristas se afastam de Fortaleza, mais problemas surgem. Um deles são as sucessivas camadas de recapeamento, o que torna a pista irregular”.
IVNA GIRÃO E LINA MOSCOSO
REPÓRTERES

Diário do Nordeste –