Brasília (Alô) – Uma recente vistoria do Tribunal de Contas da União em estradas federais me fez pensar na frase que ouvi de um empreiteiro: “o governo finge que nos paga e nós fingimos que fazemos estradas”. Não sei como é o fingimento de pagar as contas devidas pelo governo, mas, sem dúvida, conheço bem o que são estradas fingidas. E o TCU também conhece. A vistoria apenas tangenciou a realidade: em quase 80 mil quilômetros de estradas federais, visitou menos de mil quilômetros, em oito Estados. Ainda assim, a amostragem assustaria um português, ou um italiano, ou um chileno que pretenda alugar carro para fazer turismo pelo Brasil ou para assistir aos jogos da próxima Copa das Confederações. Depois de dirigir sob tempestade na Flórida, observei a um amigo americano que a pista estava sem água acumulada e elogiei as construtoras americanas. Ele riu e me disse que a construtora daquela excelente estrada é brasileira.Perguntei-me por que não fazem estradas assim no Brasil. O americano, conhecedor da alma brasileira, deu a resposta: “porque vocês não controlam, não fiscalizam: Pagamos um dinheirão de impostos. Por ano tem sido mais de R$ 1,5 trilhão em impostos, inclusive a Cide. Com o que pagamos, teríamos direito a excelentes estradas, como aquelas em que transitamos quando visitamos nossa pátria-mãe, Portugal. No entanto, temos estradas que afundam … Meu amigo português conta que a nova estrada que passa diante da quinta dele tinha um trecho com trepidação. |
Fonte: Revista CNT. |