Quase R$ 1 bilhão de prejuízo por ano às empresas

Brasil prejuizo de quase 1 bilhao

No Ceará, a Região Metropolitana de Fortaleza, é a área com maior incidência de roubos. No País foram R$ 920 milhões em prejuízo em 2012


João Ferreira de Sousa, 59, é caminhoneiro desde 1976. Reveza o carregamento entre refrigerante e cerveja, as cargas mais visadas por assaltantes. Na Quinta-Feira Santa de março de 2012, foi roubado ao passar pela Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Levaram a carga avaliada em cerca de R$ 60 mil. Refém sob a mira de uma arma, João foi solto em Maranguape, também na RMF. Neste caso, caminhão e produtos foram recuperados.

A maior parte da riqueza do Brasil transportada segue pelas estradas. O modal rodoviário é responsável por 52% do transporte de cargas no País, segundo dados do Plano Nacional de Logística e Transportes, do Governo Federal. As perdas com o roubo de carga no Brasil chegou a R$ 960 milhões em 2012, conforme estimativa da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística).

Segundo o assessor de Segurança da NTC, coronel Paulo Roberto de Souza, há uma demora no repasse das informações pelos estados, por isso, os dados consolidados mais recentes são os de 2011, com R$ 920 milhões em perdas. Somente três estados do Nordeste (Bahia, Sergipe e Paraíba) encaminharam as estatísticas, com a manutenção da ordem de 800 ocorrências por ano.

No Ceará, atuam cerca de 45 mil caminhoneiros com vínculo empregatício ou autônomos, informa o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Estado do Ceará (Sindicam-CE), José Tavares Filho. Desse total, 15 mil atuam somente na RMF.

No Nordeste, afirma Tavares, o chamado “polígono da maconha”, entre Cabrobó e Salgueiro, em Pernambuco, é o ponto mais temido. No Ceará, o maior perigo está na RMF e nos bairros Montese e Aeroporto. “Dos roubos de carga ocorridos entre 2012 e 2013, no Estado, cerca de 60% acontecem na RMF”, estima.

Empresas não legalizadas

Existe 1,5 mil empresas transportadoras no Ceará, das quais menos de 400 são legalizadas, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do Ceará (Setcarce). O presidente do Setcarce, Clovis Nogueira Bezerra, diz que 180 transportadoras transportam exclusivamente cargas.

Bezerra acrescenta que o valor das cargas transportadas em caminhão pode chegar a R$ 500 mil, a depender do produto levado. São cargas de fácil negociação produtos alimentícios, eletroeletrônicos, farmacêuticos, metalúrgicos e químicos, têxteis e confecções, autopeças e combustíveis, além de cigarros.


O POVO solicitou dados sobre roubo de cargas no Ceará à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS). O órgão, entretanto, informou que não poderia atender à solicitação por causa da alta demanda na Copa das Confederações. (Andreh Jonathas)

Fonte: Jornal O Povo


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