Ceará frente a iniciativa global: parceria com Holanda e Alemanha assinam acordo para ampliar "Corredor Verde"
O acordo sela uma aliança estratégica para o avanço da economia verde global, reforçando o protagonismo do Brasil

Os portos do Pecém (Ceará, Brasil), Rotterdam (Países Baixos) e Duisport (Alemanha) assinaram um memorando de entendimento, nesta quarta-feira (11), com o objetivo de expandir o Corredor Verde – que atualmente conecta o Ceará a Rotterdam – até a Alemanha. O acordo foca no transporte de combustíveis alternativos, incluindo e-metanol, amônia verde e outros derivados, para apoiar os objetivos de descarbonização e segurança energética da Europa, em alinhamento com as metas climáticas do continente. Também visa apoiar a transição energética do Brasil, desenvolver projetos de geração de energia verde brasileira e trazer prosperidade econômica e social para a região Nordeste do Brasil.

O Ceará já foi apontado por um estudo internacional como um dos mais propícios para a geração de Hidrogênio Verde (H²V) no mundo, por ter sol em abundância, além de uma constância dos ventos que garantem excelente desempenho na geração de energia eólica.

Representando o governador Elmano de Freitas, a vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero, ressaltou a importância dessa parceria. “Este acordo é um passo fundamental para conectar regiões estratégicas na produção e consumo de energia limpa, e também para apoiar a transição energética e a geração de energia verde brasileira”, comentou.

Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo Pecém, relembrou que “em maio de 2023, formalizamos o corredor verde na presença do então primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte”, disse. “Expandi-lo para a Alemanha fortalece nossa competitividade e amplia o mercado europeu para o hidrogênio verde produzido no Ceará. Isso não só impulsiona a economia do nosso estado, mas também beneficia o desenvolvimento de toda a região Nordeste”, afirmou o presidente.

O memorando leva em consideração o potencial de geração de energia solar e eólica do Ceará e do Nordeste do Brasil, que pode se tornar um exportador chave de derivados de hidrogênio verde a baixo custo. Também destaca o papel central dos Países Baixos em conectar os suprimentos brasileiros de combustíveis alternativos à Alemanha. O Porto de Rotterdam espera importar cerca de 18 milhões de toneladas de hidrogênio e derivados até 2050, com uma parte significativa chegando por meio de embarcações marítimas acessando o Corredor do Delta do Reno, que inclui uma rede de oleodutos, infraestrutura marítima e navegação interior conectada à região do Ruhr e ao Duisport, assim como ao restante da Alemanha.

O Porto de Duisport, por sua vez, compromete-se a apoiar o desenvolvimento do Pecém com a sua expertise em infraestrutura logística. Para o CEO da Duisport, Markus Bangen, o acordo é um avanço significativo rumo à transição verde da indústria europeia. “O estabelecimento de cadeias de suprimentos benéficas possibilita uma descarbonização sustentável, fortalecendo a resiliência e a competitividade da economia. Como Hub logístico central no coração da Europa, o Porto de Duisport desempenhará um papel crucial nessa transformação”, complementa.

O acordo sela uma aliança estratégica para o avanço da economia verde global, reforçando o protagonismo do Brasil, e principalmente do Ceará, na transição energética mundial. Além disso, finda por consolidar o ‘Corredor Verde’ como um vetor de desenvolvimento econômico sustentável para o Nordeste brasileiro.