Indústria de carrocerias de caminhão cresce 50% no Ceará em 2019

Fonte: Diário do Nordeste

Foram vendidos 309 equipamentos para caminhões no ano passado ante 206 em 2018, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Comércio, indústria e combustíveis exigiram mais deslocamento

Os setores de comércio, indústria e combustíveis tiveram maior demanda pelos equipamentosFOTO: NATINHO RODRIGUES

A indústria de implementos rodoviários, que incluem reboques, semirreboques e carrocerias, foi o segmento que mais cresceu no mercado de veículos cearense no ano passado, segundo levantamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ao todo, foram vendidos 309 componentes responsáveis pelo transporte de cargas no Estado, resultado 50% maior que o do ano anterior, quando foram vendidos 206 equipamentos. Os setores de comércio, indústria e combustíveis tiveram maior demanda pelos produtos.

De acordo com Marcelo Maranhão, diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Ceará (Setcarce) e presidente da Câmara Setorial de Logística (CSLog) da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o setor aqueceu mais fortemente no último trimestre do ano passado. “Nos setores de comércio, indústria, combustíveis (derivados de petróleo) e carregamento de mercadorias fracionadas (quando são colocados pedidos de vários clientes, que possuem pouca mercadoria para ser enviada de forma unitária)”, aponta.

“Além disso, também demos suporte no Porto do Pecém, que teve uma grande movimentação no ano passado. Houve deslocamento de produtos agrícolas e industriais para serem depositados em contêineres, destinados à exportação”, explica o diretor.

Intermodalidade

Ele aponta que o modal rodoviário é forte complemento à cabotagem, prática de transporte de mercadorias entre portos brasileiros que vem crescendo no Porto do Pecém. “Você não tem como fazer cabotagem sem antes utilizar o transporte rodoviário. Você precisa trazer os produtos agrícolas e indústrias dos centros de produção para o porto. E vice-versa”, pontua.

Só em dezembro, foram comercializados 33 equipamentos de transporte de carga. Maranhão avalia que mais empresas decidiram adquirir equipamentos para formar uma frota própria de transporte de carga no intuito de reduzir a dependência dos caminhoneiros autônomos .

“No ano passado, as empresas voltaram a investir no segmento. Depois da greve dos caminhoneiros, elas passaram a investir mais em equipamentos próprios para diminuir a dependência do autônomo, porque elas dependiam muito deles para fazer seus transportes, principalmente nas cargas fracionadas “, explica.

Confiança

Maranhão pondera que outro fator que influenciou novos investimentos no segmento foi a confiança do empresariado diante dos estímulos que o Governo Federal realizou na economia brasileira em 2019. “Houve poucos investimentos nos anos anteriores (em 2017 e 2018), porque não havia tanta convicção do comportamento do mercado. E aí o comerciante ou industrial deixa de comprar, o que afeta o transporte. Mas agora, os empresários estão investindo mais porque estão confiantes”, acrescenta.

Para este ano, a expectativa é de que o ramo da construção civil do Ceará consiga avançar com resultados satisfatórios, como é o caso do Sudeste do Brasil, que já registrou saldos positivos, segundo Maranhão. “Acreditamos que no meio do ano a gente já tenha reação nesse segmento. E vai demandar mais carregamento, porque ele é um grande transportador de materiais pesados. E isso dá uma alavancada na economia “, diz.