Crise econômica afeta o setor de transporte

Informativo Economia em Foco, da CNT, alerta para perdas de receita e da capacidade de investimento

Neste ano, as empresas de transporte acumulam redução de 12,1% de receita líquida, conforme a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Conforme a CNT (Confederação Nacional do Transporte), o resultado é efeito da crise econômica sobre o setor. “O baixo desempenho da economia brasileira, a alta da inflação, a elevação da carga tributária e da taxa de juros afetaram negativamente o desempenho do setor”, diz o informativo Economia em Foco, divulgado pela entidade nesta segunda-feira (28).

“Por ser uma atividade meio e por manter conexões com os demais setores, o transporte é diretamente impactado pelo nível da atividade econômica do país. Desta forma, a redução do volume de negócios promoveu a diminuição da demanda pelos serviços de transporte e, consequentemente, do faturamento das empresas transportadoras”, destaca a CNT. Em 2014, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro expandiu apenas 0,1%. No mesmo período, o setor de transporte e logística teve variação real positiva de apenas 0,9% na receita líquida. Já o modal rodoviário registrou queda de 0,6%. 

Litro do diesel ficou mais R$ 0,19 mais caro 

Ainda de acordo com o Economia em Foco, neste ano, o diesel – principal insumo do setor – ficou 7,4% mais caro. O índice ficou acima da inflação no país, que de janeiro a julho acumulou alta de 6,8%. 

A elevação da carga tributária é a principal explicação para o aumento do combustível. Em janeiro deste ano, o governo federal optou por elevar as alíquotas Pis/Cofins e Cide, incidentes sobre o diesel e a gasolina. Isso fez o preço do diesel crescer R$ 0,19 por litro no período. A variação foi maior que a esperada pelo governo federal no início do ano, que era de R$ 0,15. 

Outros fatores

Segundo o Economia em Foco, outros fatores que impactam sobre o setor são a reoneração da folha de pagamento e a alta de 2 pontos percentuais da taxa básica de juros, a Selic, que impactam nas projeções de investimentos das empresas.

A CNT alerta que “a soma desses fatores poderá inviabilizar a manutenção dos empregos ao elevar ainda mais o custo das empresas. As consequências disso serão mais graves em âmbito nacional, pois, essencial a todas as cadeias produtivas, o transporte é um componente importante na composição do preço de todos os bens e serviços consumidos no Brasil”. 

Para ler a íntegra do informativo, clique aqui.

Natália Pianegonda

Agência CNT de Notícias