A insegurança trava o crescimento do setor, diz presidente do Setcarce

Fonte: Expresso Ceará

 

Durante a Expolog – Feira Nacional de Logística, que finalizou ontem (29/11), no Centro de Eventos do Ceará, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística Ceará, Clóvis Nogueira ressaltou a importância do evento para o incremento do setor não só no Ceará, mas em todo o Nordeste.

Clóvis não escondeu a ansiedade pela chegada do novo governo. “Estamos esperançosos com o novo governo e otimistas com os negócios para o próximo ano. O Brasil quis eleger o Bolsonaro, que transmitiu esse otimismo, porque do jeito que vinha não estava mais dando certo”, diz.

Entusiasta do modal rodoviário, o presidente do Setcarce discorda que apenas 67% dos produtos transportados no país sejam feitos via terrestre. “Você não pode esperar que o produto que chegou no porto e o navio faça a entrega na sua casa. Da mesma forma com o avião ou com o trem. Assim, 100% dos produtos utilizam o transporte rodoviário”, explica Clóvis.

No cenário local, Clóvis destaca o Ceará como o estado que segue na rota de crescimento, e cita os hubs, que vieram movimentar o setor.

Os gargalos do setor apontados por Clóvis são os altos impostos. “Somos muitos taxados. O governo do Ceará deveria repensar o imposto do diesel, que é de 18%. O óleo deveria ter um tratamento melhor e não uma taxação elevada, o que é um absurdo e atrapalha”, cita.

Outra crítica citada pelo presidente da instituição é o excesso de burocracia. “Uma empresa com 20 funcionários, por exemplo, tem três funcionários só para trabalhar na burocracia”, relata.

No entanto, Clóvis aponta a insegurança como o principal gargalo que trava o crescimento do setor. “Pagamos muitos seguros, rastreamento e outros serviços para coibir assaltos. Não temos como otimizar, porque o tempo de viagem diminuiu. Não se pode mais viajar a noite”, lamenta.

“Temos um grande tempo parado, o caminhão era para trabalhar 24 horas, e isso prejudica”, sentencia.